A small group of bloggers who gather to discover a film together

sexta-feira, abril 22, 2005

A queda...Os últimos dias do Terceiro Reich

Image hosted by Photobucket.com

Um filme de Oliver Hirschbiegel (nomeado para Oscar de melhor filme estrangeiro) minucioso, crítico e polémico sobre os últimos dias de Hitler e do Terceiro Reich. Este filme é baseado nos depoimentos da sua secretária pessoal Traudi Junge e no best seller do historiador Joachim Fest Inside Hitler’s Bunker, The last days of the Third Reich.
O cenário do filme é uma Berlim completamente destruída decadente com combates de rua protagonizados pelos poucos soldados que restavam, milícias populares e crianças pertencentes à juventude Hitleriana.
Hitler, Eva Brau e as suas mais altas patentes encontram-se a comandar o que resta do exército alemão num bunker por baixo da chancelaria.
Bruno Ganz faz um excelente papel dum colérico, alucinado, corcunda e doente (o que poderia ser o princípio de parkinson) Hitler em desespero completo.
O filme é polémico em vários aspectos. Por um lado mostra um lado mais humano e difícil de imaginar de qualquer ditador mas não traça um retrato ingénuo e estão lá patentes todas as suas intolerâncias, esquizofrenias e monstruosidades da sua personalidade. Por outro não exclui a parte da culpa que o povo alemão teve neste período da história.
Contudo não dá resposta à pergunta: como foi possível que o holocausto acontecesse? O que levou o povo alemão a seguir este louco e elegê-lo com uma lealdade cega e até às ultimas consequências?
Levanta também muitas perguntas: será que Traudi Junge não teve conhecimento do que se tava a passar? Mesmo que não soubesse, isso iliba-a da sua culpa?
Fiquei com a sensação de que as altas patentes alemãs que sobreviveram à guerra escaparam impunes (apesar de julgadas e condenadas).
Muitos mais aspectos podia levantar neste filme mas fico à espera do feedback e da discussão!

quarta-feira, abril 20, 2005

Estreias para amanhã, dia 21 de Abril



A QUEDA - HITLER E O FIM DO TERCEIRO REICH
(DOWNFALL)

DE OLIVER HIRSCHBIEGEL

Com: Bruno Ganz, Alexandra Maria Lara, Corinna Harfouch, Ulrich Matthes, Juliane Köhler, Heino Ferch, Christian Berkel, Matthias Habich, Thomas Kretschmann, Michael Mendl, André Hennicke e Ulrich Noethen

Baseado nas memórias da secretária de Hitler, Traudl Junge, e na pesquisa do historiador Joachim Fest, o filme recupera os últimos 12 dias do ditador alemão, aqui protagonizado por Bruno Ganz. A 20 de Abril de 1945, Hitler refugia-se num bunker situado sob a Chancelaria, em Berlim. Na superfície, os constantes bombardeamentos da artilharia russa anunciam a chegada do inimigo. A capital alemã encontra-se reduzida a escombros e os combates de rua começam. Apesar do esforço dos poucos soldados, ajudados pelas milícias populares e por crianças da Juventude Hitleriana, a derrota é inevitável. No interior do bunker, Hitler faz os seus últimos preparativos. Com ele encontram-se, entre outros, Eva Braun, a sua companheira, Josef Goebbels, Ministro da Propaganda, e a mulher deste, Magda.

Lisboa: Monumental, Alvaláxia; Porto: Cidade do Porto; Coimbra



(adenda: o "Print Screen" pode ser muito traiçoeiro, desculpem o "Cover"...)

DE FLORENT EMILIO SIRI

Com: Bruce Willis, Kevin Pollak, Jimmy Bennett, Michelle Horn, Ben Foster, Jonathan Tucker, Marshall Allman, Serena Scott Thomas, Rumer Willis, Kim Coates e Robert Knepper

Jeff Talley (Bruce Wiiliis) fica devastado depois de uma tragédia durante um trabalho como negociador de reféns, enquanto fazia parte da Polícia de Los Angeles. Depois da tragédia, é colocado como chefe da polícia de uma pequena cidade. Mas numa manhã de segunda-feira, o trabalho de Jeff revela-se tudo menos calmo e coloca-o numa posição que pode mudar para sempre a sua vida profissional e pessoal. Três adolescentes delinquentes tentam assaltar uma família, mas o assalto corre mal e acabam por fazer a família refém. Jeff vê-se então obrigado a assumir as funções que tinha abandonado para liderar as negociações.

Lisboa: Alvaláxia; Alcochete: Freeport




Pinóquio 3000

DE DANIEL ROBICHAUD

Com vozes de: Whoopi Goldberg, Howie Mandel e Malcolm McDowell

É a versão do futuro da clássica história do mais famoso menino que gostava de dizer mentiras. Desta vez, Pinóquio não é um boneco de madeira, mas sim um robot criado pelo genial inventor Gepetto. Os dois vivem em Scamboville no ano 3000 e têm um sonho muito particular: que Pinóquio se torne num menino de verdade. Com a ajuda dos seus inseparáveis amigos, Spencer, um pinguim sempre com um conselho na ponta do bico, e Cyberina, uma fada muito especial, Pinóquio vai procurar tornar o seu sonho realidade. Na versão portuguesa, as vozes são de José Jorge Duarte (Gepetto), André Raimundo (Pinóquio), Carlos Vieira de Almeida (Scamboli) e Cucha Carvalheiro (Cyberina), entre outros.

Lisboa: Alvaláxia; Alcochete: Freeport




DE JOHN SAYLES

Com: Angelina Peláez, Lizzie Curry Martinez, Vanessa Martinez, Amanda Álvarez, Said Martinez, Abel Salas, Marco Mondragón, José Reyes, Claudia Benitez, Ignacio de Anda e José Reyes Jr.

Seis mulheres norte-americanas - Jennifer (Maggie Gyllenhaal), Skipper (Daryl Hannah), Nan (Marcia Gay Harden), Hielen (Susan Lynch), Gayle (Mary Steenburgen) e Leslie (Lili Taylor) - estão numa das situações emocionais mais importantes das suas vidas: vão ser mães, vão adoptar bebés. As seis estão hospedadas num motel exótico sul-americano, dirigido pela Señora Muñoz, à espera das crianças, que estão num orfanato local. Aguardam ansiosamente a resolução dos seus pedidos de adopção. À medida que as semanas passam, elas vão tendo tempo para compartilhar a angústia e a esperança de terem um filho.

Lisboa: Monumental




DE BRECK EISNER

Com: Matthew McConaughey, Steve Zahn, Penélope Cruz, Lambert Wilson, Glynn Turman, Delroy Lindo e William H. Macy

Dirk Pitt (Mathew McConaughey) é um explorador destemido que embarca na aventura da sua vida ao aceitar entrar numa caça ao tesouro no coração da mais selvagem região de África. Procuram o chamado "Navio da Morte", naufragado durante a Guerra Civil Americana e que trazia a bordo uma carga secreta. Pelo caminho, Pitt e o seu companheiro Al Giordino (Steve Zahn) acabam por ajudar a médica Eva Rojas (Penélope Cruz), que investiga uma epidemia misteriosa ao serviço da Organização Mundial de Saúde. É que pode haver uma ligação entre o barco e o misterioso surto de mortes naquela região...

Fontes: CineCartaz Público e Cinema2000

sexta-feira, abril 15, 2005

"Eu não estava de Turno nesse dia!"

Não há mesmo nada como umas palavritas em português, num qualquer filme de holly, bolly ou eurowood, para que a multidão se agite! Pois é, car@s "movie-queer-fellows", de um momento para o outra, tal qual um tsunami, uma multidão entra pela sala de cinema (já após o início dos trailers) e parecia que ali tinha "parido a galega" (com o devido respeito pela galega)! Lá acalmaram nos primeiros minutos do filme até que, por ter como pano de fundo a ONU, se ouve em português: "Com licença, minha senhora!". Foi um delírio (UAU!!!), uma nova onda agitou a maré! A piada, que tem pouca piada, é de que o português fazia o papel de varredor lá do sítio (com todo o respeito pelos varredores) e que volta a aparecer em cena, interrogado pelos Serviços Secretos, FBI e CIA, momento em que diz a frase descrita em epígrafe!

OK, ok, eu falo do filme...




Silvia Broome (Nicole Kidman) trabalha como intérprete na ONU e, por ter nascido em África, numa república de que ninguém ouviu falar porque simplesmente não existe (seria politicamente incorrecto falar-se do Botswana ou da Suazilândia), fala "KU" fluentemente! Não, não é mal educada, é simplesmente a forma de como se designa o dialecto atrás referido. Quer dizer... "atrás referido" também não é uma forma politicamente de explicar o que é "KU", mas "isso agora também não interessa nada"!
O facto é de que (pareço o Pinto da Costa) a Silvia ouve, por "mero acaso", uma conversa (em KU, é claro!) cujo tema versa o plano de assassinato do Presidente Zuwanie, um dos que também fala KU, no dia em que ele estiver a discursar na ONU. Zuwanie é um presidente corrupto, ditador e genocida e todos o odeiam (vá-se lá saber porquê!) e Silvia não tem muita simpatia por ele. É isso que Tobin Keller (Sean Penn), do Serviço de Protecção aos Altos Dignatários que visitam os USA, vai descobrindo com a ajuda de um complexo sistema "Orwelliano" (Made in USA, of course)

O resto não conto.

Apenas vos digo que achei o filme com:
um argumento quase interessante;
boas interpretações;
uma dispensável suavização à "americana", no que diz respeito ao que o ser humano ter de fracturante e contraditório (na minha perspectiva: bons ingredientes para qualquer filme);
com direito a (pelas interpretações e ritmo)


Ah!, é verdade: Nem sombra de Ângela, nem de Anónimo, nem dos QKC holders, que resolveram baldar-se, depois de tanto terem insistido em ver a INTÉRPRETE!!!
Nós teríamos preferido ver a Esposa "Truca"! ;)

terça-feira, abril 05, 2005

"La Poderosa"*



Foi mesmo um prazer ver, no passado domingo, os "Diários de Che Guevara" (tradução para o circuito português do título original :"Diarios de Motocicleta"). Infelizmente, na América do Sul, o actual panorama social pouco se alterou, mesmo após uma ou outra revolução. A exclusão e a exploração do ser humano, pelo seu semelhante, continua a ser uma realidade cada vez mais vincada, embora os poderosos queiram convencer o mundo de que isto é coisa do passado.
Este assunto, motivo latente em todo o filme, parece estar dissimulado por entre as brincadeiras e (amigáveis) discussões travadas por Ernesto "Che" e e Alberto "Che" (Bernal e de la Serna, respectivamente). A fotografia é excelente e não é difícil sentirmo-nos parte daquela história, sonhada por tantos de nós.
Gael Bernal já nos tinha brindado com uma boa interpretação em "La Mala Educación" e seguramente que se tornará um actor de referência, muito para além do circuito hispânico-falante.

O Urso dá-lhe


*"La Poderosa" era o nome dado por Alberto Granados à motocicleta com que iniciaram a viagem.